5 de Maio de 2025

Exclusivo: Colheita recorde de trigo na Argentina pode ser prorrogada se cortes de impostos de exportação forem estendidos

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    BUENOS AIRES, 15 de abril (Reuters) – A principal bolsa de grãos de Buenos Aires, na Argentina, já previa uma safra abundante de trigo, mas pode elevar ainda mais suas estimativas se o corte temporário de impostos de exportação até o final de junho for estendido, disse o economista-chefe da entidade à Reuters na terça-feira.

    À margem de um evento para revelar a previsão inicial para a produção de trigo de 2025/26, o economista Ramiro Costa disse à Reuters que a estimativa atual de 20,5 milhões de toneladas métricas aumentaria com um corte de impostos prolongado.

    A possibilidade de uma colheita de trigo ainda maior — e potencialmente recorde — não havia sido relatada anteriormente.

    A Argentina é um importante exportador global de trigo, além de ser um dos principais exportadores de soja e milho. A previsão atual para a colheita de trigo já marcaria a segunda maior produção de trigo da história, logo abaixo dos 22,4 milhões de toneladas da temporada 2021/22.

    Em janeiro, o governo argentino, sob o comando do presidente libertário Javier Milei, reduziu até o final de junho os impostos de exportação de trigo de 12% para 9,5%, assim como as tarifas de exportação de soja e milho, na esperança de impulsionar as vendas.

    Milei, que é a favor de reduções de impostos, mas precisa que os agricultores acelerem as vendas de grãos para trazer os dólares tão necessários, disse que o governo não renovará os incentivos fiscais sobre as exportações de grãos depois de junho, embora o setor esteja pressionando para que eles sejam estendidos.

    “A estimativa atual é feita com um imposto de 12%, que é o que voltará a vigorar a partir do final de junho. Se o governo prorrogar a redução temporária atual (a previsão) será maior”, disse Costa à Reuters.

    Na segunda-feira, o governo argentino também abandonou a paridade cambial da moeda local e deixou o peso flutuar livremente em relação ao dólar dentro de uma faixa de 1.000 a 1.400 pesos, o que levou a um forte enfraquecimento de 10% da moeda.

    A moeda mais fraca beneficia os agricultores, pois significa que eles recebem mais pesos em troca de suas receitas de exportação em dólares, o que estimula o aumento dos embarques. A flexibilização dos controles sobre a moeda foi comemorada pelos agricultores.

    “Todas essas medidas do governo são aceitáveis, mas a carga tributária ainda não foi resolvida”, disse separadamente o presidente da bolsa de grãos de Buenos Aires, José Martins, no encerramento da apresentação em Buenos Aires.

    “Aposto que esse copo meio cheio acabará sendo enchido ao longo desses meses.”

    AF News

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