9 de Junho de 2025

Ciclos traz à tona debates sobre emergência climática e financiamento sustentável para pequenos negócios | ASN Mato Grosso

Publicidade

    O cientista e membro da Academia Brasileira de Ciências, José Antonio Marengo Orsini, foi um dos palestrantes do 6º Congresso Internacional de Sustentabilidade para Pequenos Negócios (Ciclos), realizado em Brasília/DF, neste mês de maio. Durante sua palestra “Emergência climática – desafios e oportunidades para a humanidade”, ele abordou as consequências já vividas pela população brasileira devido aos eventos extremos e apontou quais caminhos a sociedade ainda pode percorrer para evitar danos mais graves.

    O cientista ressaltou o fato de as pequenas empresas, que trabalham em negócios de família, serem mais vulneráveis a desastres e as consequências das mudanças climáticas, que as grandes empresas. “A maioria das pequenas não tem grandes seguros, e muitas já sofreram com os desastres, como o ocorrido no Rio Grande do Sul, e não conseguiram reabrir as portas porque simplesmente perderam tudo”, alerta o cientista.

    Na opinião dele, o Brasil deveria aproveitar a COP-30 e se tornar o líder mundial da agenda climática. “Mas, às vezes, essas responsabilidades são globais e não dependem unicamente de um país, como os Estados Unidos e outros que não reconhecem o Acordo de Paris, e que vão na contramão da agenda ambiental. Ai a liderança brasileira se torna complicada”, diz o palestrante Orsini, ao acrescentar ainda que “precisamos considerar que não é só a Amazônia que está em jogo, e sim a seca, a elevação do nível do mar, entre outras coisas. Se o Brasil assumir essa posição de liderança, deve se preocupar com tudo isso”, afirma.

    O financiamento climático

    A especialista em financiamento climático e fundadora da Fractal Consultoria, Linda Murasawa, também compôs o time de palestrantes do evento. Com o tema “Os desafios de financiar a sustentabilidade”, Linda abordou o direcionamento de recursos do capital para um desenvolvimento socioeconômico e sustentável.

    Linda Murasawa foi uma das palestrantes no Ciclos e levantou debates sobre o financiamento climático

    “Quando a gente fala de mudanças climáticas, nós trazemos o risco de destruição de tudo que vemos no mercado econômico. Como todos sabem, um financiamento não é concedido sem uma análise de risco. Se você tem muito risco, aquele que é o dono do capital, também chamado de investidor, vai pensar duas vezes se deve direcionar o capital para aquela atividade ou localidade em função do risco apresentado” explica a palestrante Linda Murasawa.

    Ela continua o raciocínio dizendo, “aí o financiador vai perguntar: ‘será se esta atividade que precisa de financiamento está fazendo alguma ação que contribua negativamente para as mudanças climáticas?’. Se a resposta for ‘sim’, você já não tem mais crédito”, garante.

    A especialista também acredita que é necessário dar continuidade à chamada ‘economia de transição’, pois com a mudança tecnológica, econômica, produtiva e consumista, será possível atingir o patamar da “economia de baixo carbono”.

    “A inovação tecnológica, a mudança de procedimentos e a capacitação, no sentido de trazer a conscientizar sobre a forma como os processos são realizados dentro da sua empresa. Tudo isso é o que o capital de finanças sustentáveis está trabalhando. O pequeno empresário pode até pensar que isso é para grandes empresas e grandes empresários, mas todo mundo usa água, energia e gera resíduos. Essa transição depende de atitude, não importa se a empresa é pequena ou grande”, conclui.

    Ciclos

    O Congresso Internacional de Sustentabilidade para Pequenos Negócios (Ciclos), um evento organizado pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade, foi realizado entre os dias 7 e 8 de maio no auditório da sede do Sebrae Nacional, em Brasília/DF. O congresso contou com a participação de especialistas em sustentabilidade e autoridades, como a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva.

    Entre os painéis e palestras, foram abordados temas como “cidades e negócios sustentáveis”, “território carbono neutro”, e “estratégias de descarbonização”. Ao todo, 397 pessoas estiveram presentes nos dois dias de evento e outros 1.106 espectadores acompanharam a transmissão pelo canal do YouTube.

    ASN Mato Grosso – Agência Sebrae de Notícias

    Compartilhe essa Notícia:

    publicidade

    publicidade

    plugins premium WordPress