A Polícia Federal transferiu, neste domingo (18), o traficante Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, para a sede da PF em Corumbá, Mato Grosso do Sul.
Ele foi encaminhado a um presídio de segurança máxima do Sistema Penitenciário Federal (SPF), cujo objetivo é isolar lideranças criminosas e presos de alta periculosidade. Ele ficará custodiado na Penitenciária Federal em Brasília (PFBRA).
A transferência do preso para o Brasil contou com a coordenação do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Ministério de Relações Exteriores. Participaram da operação 50 integrantes da Polícia Federal, incluindo 12 operadores do Comando de Operações Táticas (COT). O transporte da fronteira boliviana para Brasília foi realizado em uma aeronave da PF.
A detenção de Tuta aconteceu na tarde de sexta-feira (16), quando ele tentou renovar sua licença para permanecer no país utilizando um documento falso. A polícia boliviana constatou a fraude e acionou os órgãos brasileiros e a Interpol.
De acordo com a PF, Tuta foi condenado no Brasil por associação criminosa e lavagem de capitais, com uma pena superior a 12 anos. Seu nome constava na Lista de Difusão Vermelha da Interpol, um alerta internacional para a localização e prisão de indivíduos procurados em diversos países.
Histórico criminal e função no PCC
Marcos Roberto de Almeida estava foragido desde 2021. Ele foi condenado no Brasil a mais de 12 anos por diversos crimes, incluindo associação criminosa e lavagem de capitais.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apontou Tuta como responsável por movimentar cerca de R$ 1 bilhão para a organização criminosa entre os anos de 2018 e 2019. Ele também é indicado como um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro vinculado ao PCC.
Segundo o MP-SP, Tuta sucedeu Marcola como principal liderança e mandatário do PCC. Ele era apontado como a principal liderança da facção fora das cadeias e mantinha contato direto com outros líderes presos, incluindo Marcola. Na operação Sharks, em 2020, o MP indicou que ele era responsável por comandar os integrantes soltos da organização criminosa.
A investigação apontou ainda que Tuta era suspeito de ser responsável pelos planos de fuga das lideranças do PCC reclusas em presídios federais, e de liderar os planos para assassinar agentes e autoridades públicas em represália às transferências e ações contra a cúpula da organização.