Investigação revela esquema de pagamento por informações e assassinatos; operação prendeu suspeitos e apreendeu arsenal
Uma investigação sigilosa da Polícia Civil de Mato Grosso resultou na descoberta e desarticulação de um grupo criminoso altamente organizado que atuava espionando, extorquindo e, em casos extremos, assassinando autoridades no estado. A operação, deflagrada nesta quarta-feira (29), mobilizou equipes da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (DECCOR) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), e culminou na prisão de pelo menos cinco suspeitos, além da apreensão de armas de fogo, munições e documentos.
Segundo as investigações, o grupo atuava como uma espécie de “escritório do crime”, sendo contratado para vigiar servidores públicos, empresários e políticos, levantar informações sensíveis e, em casos extremos, executar homicídios sob encomenda. De acordo com fontes ligadas à investigação, as atividades incluíam ainda chantagens e extorsões mediante ameaças às vítimas, geralmente envolvidas em disputas políticas ou econômicas.
O delegado titular da GCCO, que coordenou a operação, afirmou que o grupo mantinha uma estrutura paramilitar, com divisão de tarefas entre informantes, pistoleiros e operadores financeiros. “As investigações apontam que os suspeitos recebiam valores expressivos para monitorar determinadas autoridades e, quando necessário, eliminá-las. Estamos diante de um grupo que atuava com frieza, planejamento e forte aparato logístico”, declarou.
A Polícia Civil detalhou que o grupo utilizava aplicativos criptografados para comunicação e veículos clonados em suas operações. Entre os presos, há um ex-policial militar, investigado por fornecer armamento e treinamento para os executores. As diligências também identificaram contas bancárias usadas para movimentar os pagamentos, muitas delas vinculadas a laranjas.
Os mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos simultaneamente em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e na região do Araguaia. Em uma das residências, localizada em um bairro de classe média da capital, os policiais encontraram um arsenal com fuzis, pistolas e coletes balísticos.
O caso ganha ainda mais repercussão diante da suspeita de que o grupo tenha ligação com a morte de um empresário de Confresa, ocorrida em março deste ano, e com uma tentativa de execução de um vereador em Barra do Garças. Ambas as ocorrências estão sendo reanalisadas à luz das novas evidências.
O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, em entrevista coletiva, destacou a gravidade do caso e elogiou a atuação das forças policiais. “Este é mais um passo importante no enfrentamento ao crime organizado e à violência política. Não vamos tolerar que criminosos tentem subverter as instituições através do medo e da eliminação física de adversários”, afirmou.
Os suspeitos foram indiciados por organização criminosa, homicídio qualificado, extorsão mediante sequestro e porte ilegal de armas de fogo de uso restrito. A Polícia Civil continua as investigações para identificar eventuais mandantes e esclarecer outros crimes que possam ter relação com o grupo.
O Ministério Público já foi acionado para acompanhar as apurações e as audiências de custódia dos presos devem ocorrer ainda nesta semana. A sociedade mato-grossense aguarda desdobramentos, enquanto autoridades reforçam o discurso de combate firme ao crime organizado e à criminalidade violenta no estado.
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