Projeto social estimula autonomia financeira de mulheres no Rio 

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Oferecer capacitação profissional com mentoria especializada e noções de mercado integradas à realidade socioemocional é o caminho que o Instituto da Providência adotou para auxiliar mulheres a transformarem sua realidade por meio do empreendedorismo. O projeto Mulher Potência Empreendedora oferece cursos de formação profissional nos setores de gastronomia, moda e beleza para mulheres na zona oeste do Rio de Janeiro.

Oportunidade


12/12/2025 - Rio de Janeiro - Projeto social estimula autonomia financeira de mulheres no Rio. Na foto Cristina Gomes. Foto: Arquivo Pessoal
12/12/2025 - Rio de Janeiro - Projeto social estimula autonomia financeira de mulheres no Rio. Na foto Cristina Gomes. Foto: Arquivo Pessoal

Capacitação profissional em moda tirou a família de Cristina Gomes de uma situação financeira difícil Foto: Arquivo pessoal

Uma das beneficiadas pelo projeto é Bruna Mariano (a quarta da esquerda para a direita na foto principal), que morava de favor na casa da irmã e não tinha renda própria. Ela conheceu o Instituto da Providência por meio de uma assistente social e se inscreveu mesmo sem saber no que queria trabalhar. Hoje, Bruna tem seu próprio salão de tranças, é instrutora na área e conseguiu comprar uma casa. 

“Hoje posso dizer que a menina que chegou ao instituto foi acolhida e, com a força e tudo que eles me ensinaram, viveu a virada de chave da vida. Tudo que conquistei foi através do instituto e das pessoas que fazem esse projeto maravilhoso se tornar real, nos mostrando que podemos sair do nada, ser alguém e conquistar nosso espaço no mundo”, diz Bruna.

Outra empreendedora, Cristina Gomes conta que a capacitação profissional em moda foi o que tirou sua família de uma situação financeira delicada, e deu a ela a oportunidade de criar a própria marca de bolsas e acessórios sustentáveis. Com o marido desempregado e dois filhos, a única renda da casa vinha de programas assistenciais do governo, como o Bolsa Família.

“Enfrento alguns desafios por ser mulher e mãe, nunca deixei de empreender. Toda minha renda familiar vem do que faço, jamais terei como pagar o Instituto da Providência pela mão amiga”, destaca Cristina.

O público-alvo dos cursos são mulheres com renda familiar per capita com indicador abaixo da linha da pobreza extrema, com idades entre 18 a 60 anos e residentes de áreas de vulnerabilidade social.

Desde 2022, mais de 1,7 mil mulheres foram impactadas pela iniciativa, que oferece, junto com a formação, um capital semente de R$ 1,5 mil para fortalecer os empreendimentos.

Estrutura familiar


12/12/2025 - Rio de Janeiro - Projeto social estimula autonomia financeira de mulheres no Rio. Na foto a diretora Executiva do Instituto da Providência, Maria Garibaldi. Foto: Ray Evllyn/Divulgação
12/12/2025 - Rio de Janeiro - Projeto social estimula autonomia financeira de mulheres no Rio. Na foto a diretora Executiva do Instituto da Providência, Maria Garibaldi. Foto: Ray Evllyn/Divulgação

Diretora Executiva do Instituto da Providência, Maria Garibaldi. Foto: Ray Evllyn/Divulgação

Segundo uma análise dos dados de 2024 feita pelo instituto, 80% das beneficiárias são chefes de família, 76% têm mais de 30 anos, 79% são negras ou pardas e 54% não concluíram o ensino médio. Até agora, o projeto já gerou 684 novos negócios e concedeu 364 recursos para capital de giro.

“O projeto Mulher Potência Empreendedora nasce de um conhecimento de muitos anos de trabalho com esse público. No momento que a gente entende qual é o papel da mulher na sociedade, sabe? Enquanto chefe de família, enquanto responsável”, conta a diretora executiva do Instituto da Providência, Maria Garibaldi.

Ela aponta que o estigma social dificulta a inserção de mulheres no mercado de trabalho, e reforça o papel do projeto em todas as fases, buscando não só a preparação técnica do ofício, mas também o suporte social na reconstrução da autoestima.

“A vulnerabilidade não é só financeira. Ela é uma vulnerabilidade de segurança no território. Ela é uma vulnerabilidade de segurança, muitas vezes, em casa. A gente lida com mulheres que sofrem violência doméstica. A gente lida com mulheres que não geram renda. E a autonomia financeira empodera a mulher”, finaliza Maria Garibaldi. 

*Estagiária sob supervisão de Tâmara Freire 

Agência Brasil – Economia

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