Como grupos extremistas usam IA para ampliar propaganda online

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Ferramentas de inteligência artificial estão sendo usadas por grupos extremistas para ampliar a propaganda e o alcance online. A prática inclui clonagem de voz, tradução automática avançada e adaptação de conteúdos antigos para novos públicos.

Especialistas alertam que a tecnologia facilita a disseminação ideológica, acelerando estratégias digitais e atraindo novos seguidores, segundo o The Guardian.

Recursos de inteligência artificial vêm sendo explorados por grupos extremistas para tornar a propaganda mais acessível online.
Recursos de inteligência artificial vêm sendo explorados por grupos extremistas para tornar a propaganda mais acessível online. Imagem: Roman Samborskyi/Shutterstock

IA dá nova voz à propaganda extremista

Enquanto a inteligência artificial ganha espaço em áreas criativas, como música e entretenimento, pesquisadores observam um uso preocupante dessas ferramentas por movimentos extremistas. Bots de geração de voz e sistemas de tradução por IA passaram a recriar discursos e materiais históricos, ampliando o alcance das mensagens em diferentes plataformas. Segundo analistas, a mudança representa um salto em eficiência.

A adoção da tradução habilitada por IA por terroristas e extremistas marca uma evolução significativa nas estratégias de propaganda digital.

Lucas Webber, analista sênior da Tech Against Terrorism e pesquisador do Soufan Center, ao The Guardian.

O uso de modelos mais sofisticados permite manter tom, emoção e intensidade ideológica em versões adaptadas para públicos diversos.

Ferramentas de IA ajudam a manter tom e emoção em conteúdos extremistas adaptados para públicos diversos.
Ferramentas de IA ajudam a manter tom e emoção em conteúdos extremistas adaptados para públicos diversos. Imagem: Apghedia/Shutterstock

Clonagem de voz e alcance global

Na extrema-direita neonazista, softwares de clonagem de voz tornaram-se especialmente populares. Versões em inglês de discursos históricos acumulam milhões de visualizações em redes sociais. De acordo com a Rede Global sobre Extremismo e Tecnologia (GNet), criadores extremistas recorrem a serviços como o ElevenLabs, alimentando modelos com arquivos antigos para gerar novas versões em áudio.

Esse mesmo movimento alcança grupos jihadistas. Plataformas criptografadas passaram a veicular conteúdos ideológicos narrados por vozes artificiais, transformando textos em experiências multimídia.

Entre os usos mais comuns dessas ferramentas, estão:

  • clonagem de voz para recriar líderes e autores históricos.
  • tradução automática avançada para múltiplos idiomas.
  • adaptação de textos antigos para formatos modernos, como audiolivros.
  • produção de conteúdo multimídia para redes sociais e apps criptografados.
Clonagem de voz e tradução por IA ampliam o alcance de mensagens extremistas em diferentes plataformas digitais.
Clonagem de voz e tradução por IA ampliam o alcance de mensagens extremistas em diferentes plataformas digitais. Imagem: gerada por IA (ChatGPT / OpenAI)

De textos antigos a audiolivros modernos

Um exemplo citado por pesquisadores envolve a transformação de Siege, manual de insurgência escrito por James Mason, em audiolivro com auxílio de IA. O material ganhou nova circulação ao ser convertido em áudio, mantendo o conteúdo original, mas com uma apresentação atualizada. Para especialistas, esse tipo de reaproveitamento amplia o ciclo de vida da propaganda extremista.

Leia mais:

Joshua Fisher-Birch, analista do Counter Extremism Project, destaca que “Siege tem um histórico mais notório” por seu status de culto online e por inspirar atos violentos.

O alerta reforça a preocupação das autoridades, que veem a tecnologia como parte de uma corrida constante para conter usos abusivos.

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