3I/ATLAS ou C/2025 N1 ATLAS – como são batizados os cometas?

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Desde que foi descoberto, o cometa 3I/ATLAS está na mira de diversos telescópios espaciais e terrestres. As observações são analisadas por cientistas do mundo todo, empenhados em desvendar os segredos do objeto, que é apenas o terceiro visitante interestelar já detectado no Sistema Solar

Mas, o que significa o nome dado a esse corpo celeste? Antes, vamos relembrar a história do “forasteiro”, vindo de um sistema estelar ainda desconhecido – e que, talvez, nunca seja revelado.

Uma das primeiras observações do 3I/ATLAS, quando ele era identificado como objeto A11pl3Z, capturada pelo Deep Random Survey, no Chile. Crédito: K Ly (astrafoxen) / Deep Random Survey via Bluesky
  • Quando foi descoberto, em julho, o objeto foi temporariamente chamado de A11pl3Z;
  • Ele foi identificado como um cometa interestelar logo no dia seguinte, recebendo os nomes de C/2025 N1 (ATLAS) e 3I/ATLAS;
  • Em um dos primeiros estudos sobre o cometa, astrônomos estimaram que o objeto pode ter cerca de sete bilhões de anos;
  • Isso faz dele mais velho que o Sistema Solar;
  • Não demorou para surgirem especulações sobre possível origem tecnológica alienígena;
  • Refutada pela maioria dos cientistas, a ideia foi descartada pela NASA;
  • A teoria se baseia em detalhes como a composição química “bizarra” do corpo celeste, com a presença de níquel atômico, por exemplo;
  • Missão SPHEREx, lançada pela NASA em março para mapear o céu em infravermelho a fim de investigar a origem do Universo, detectou dióxido de carbono na nuvem de gás que envolve o núcleo do cometa;
  • Essa nuvem, chamada coma, brilha em verde e tem quase 350 mil km de extensão;
  • Imagens capturadas por telescópios em solo mostram que o 3I/ATLAS desenvolveu uma cauda voltada para o Sol – chamada de anticauda;
  • O objeto atingiu o periélio (ponto mais próximo da estrela) em 29 de outubro;
  • Antes disso, ele passou relativamente próximo a Marte, sendo analisado por espaçonaves que orbitam o planeta;
  • Missões dedicadas a investigar Júpiter e suas luas, como a Juno e a Europa Clipper, ambas da NASA, e a JUICE, da Agência Espacial Europeia (ESA), também estão sendo aproveitadas para estudar o ilustre visitante;
  • Após dias desaparecido no brilho solar, o cometa voltou a aparecer no céu da Terra;
  • Cientistas notaram que ele apresentou uma mudança de cor e uma aceleração diferente;
  • A alteração de cor foi prontamente desmentida pelos cientistas envolvidos na observação, e o “modo turbo” foi explicado em um estudo recente (saiba detalhes aqui);
  • Objeto emitiu sinal de rádio captado no momento em que ele ultrapassava a metade de sua rota pelo Sistema Solar;
  • Recentemente, a NASA divulgou imagens do 3I/ATLAS captadas por 20 espaçonaves ao longo de mais de um mês;
  • Novas observações apontam que ele pode estar coberto por “vulcões de gelo” em atividade;
  • Um observatório espacial da ESA detectou sinais de raios X no 3I/ATLAS – a primeira emissão desse tipo detectada em um objeto interestelar;
  • Depois de atingir o ponto de aproximação máxima com a Terra, ele começa a trilhar o trajeto final para deixar o Sistema Solar;
  • Em março que vem, quando passar por Júpiter, o cometa pode ter sua rota levemente alterada pela força gravitacional do planeta.
Uma imagem profunda do cometa interestelar 3I/ATLAS capturada pelo Espectrógrafo Multi-Objeto Gemini (GMOS) no Gemini Norte , em Maunakea, Havaí. Crédito: Processamento de imagens: J. Miller e M. Rodriguez (Observatório Internacional Gemini/NSF NOIRLab), TA Rector (Universidade do Alasca em Anchorage/NSF NOIRLab), M. Zamani (NSF NOIRLab)

O que significa 3I/ATLAS?

O 3I/ATLAS foi relatado pela primeira vez em 1º de julho, pelo Deep Random Survey, um grupo de astrônomos amadores no Chile. Depois, cientistas encontraram registros anteriores, mostrando que ele já havia sido captado em 14 de junho pelo Sistema de Último Alerta para Impacto de Asteroides com a Terra (ATLAS, na sigla em inglês), financiado pela NASA, que monitora objetos que possam representar risco de colisão com o nosso planeta.

Normalmente, depois que astrônomos definem a órbita do objeto com observações adicionais em solo, o Minor Planet Center atribui uma designação inicial do tipo “P/ano letra-número”, para cometas periódicos (que retornam ao Sistema Solar) ou “C/ano letra-número”, para não-periódicos (que passam apenas uma vez pelo Sistema Solar ou tem um período muito longo).

O objeto foi então chamado de C/2025 N1 (ATLAS). A letra “N” corresponde à primeira metade de julho (dias 1 a 15) no sistema de codificação de “meio‑mês” (A – primeira quinzena de janeiro, B – segunda quinzena de janeiro, C – primeira quinzena de fevereiro, e assim por diante). Já o número 1 quer dizer que ele foi o primeiro descoberto naquele período, segundo a ESA e o Time And Date.

Esse é o nome na classificação oficial dos cometas em geral. No entanto, como, além de cometa, esse também é um objeto interestelar, ele recebe outra designação dentro dessa categoria específica.

Visão em raios X do cometa interestelar 3I/ATLAS registrada pelo XMM-Newton. Um ponto vermelho brilhante marca o núcleo, cercado por gradientes de roxo e azul. A linha horizontal mostra a abertura do detector. A seta indica a direção do Sol e a escala de “5 minutos de arco” revela o tamanho aparente. Crédito: ESA/XMM-Newton/C. Lisse, S. Cabot e a Equipe XMM ISO

No caso, 3I/ATLAS, que significa:

  • 3: terceiro objeto interestelar já identificado;
  • I/: de interestelar, ou seja, que vem de fora do Sistema Solar;
  • ATLAS: descoberto pelo sistema ATLAS.

Leia mais:

A sonda MAVEN, que orbita Marte há mais de 11 anos, deixou de responder aos comandos da NASA no último dia 6, após passar pela região em que o planeta bloqueia naturalmente o sinal com a Terra. O contato com a espaçonave deveria ter sido restabelecido assim que terminasse a ocultação, mas isso não aconteceu. 

Lançada em novembro de 2013, a sonda entrou na órbita marciana em setembro do ano seguinte. Sigla em inglês para “Evolução da Atmosfera e dos Voláteis de Marte”, a missão MAVEN busca entender como a atmosfera marciana se transformou ao longo do tempo e por que grande parte dela escapou para o espaço.

No entanto, além de sua importância científica para estudar Marte, a MAVEN também ganhou destaque por ter sido uma das espaçonaves escolhidas pela NASA para redirecionar temporariamente seus instrumentos para outro alvo: o cometa interestelar 3I/ATLAS. Saiba mais detalhes aqui.

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