Nova campanha de hackers usa IA para atacar setor de defesa russo

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Empresas russas ligadas à defesa aérea e a eletrônicos sensíveis viraram alvo de uma nova campanha de ciberespionagem. O ataque hacker chamou atenção pelo uso de documentos falsos gerados por inteligência artificial para enganar funcionários.

De acordo com a Reuters, a operação foi revelada pela empresa de cibersegurança Intezer e mostra como a inteligência artificial vem sendo usada em ações sofisticadas, em meio ao cenário tenso da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Documentos falsos criados com IA por hacker pró-Ucrânia foram usados em ataques cibernéticos contra empresas russas, de acordo com a Reuters.
Documentos falsos criados com IA por hacker pró-Ucrânia foram usados em ataques cibernéticos contra empresas russas, de acordo com a Reuters. Imagem: evan_huang/Shutterstock

Hackers usam IA para criar iscas convincentes

Segundo a Intezer, a campanha utilizou documentos aparentemente legítimos, escritos em russo, para atrair vítimas dentro de empresas estratégicas. Em um dos casos analisados, o arquivo se apresentava como um convite para um concerto direcionado a oficiais de alta patente. Em outro, simulava um pedido oficial do Ministério da Indústria e Comércio da Federação Russa, solicitando justificativas de preços conforme regras governamentais.

A pesquisadora sênior de segurança Nicole Fishbein explicou que o caso oferece uma rara chance de observar ataques direcionados a entidades russas. “Isso não se deve necessariamente ao fato de esses ataques serem raros, mas sim à visibilidade limitada sobre eles”, afirmou.

Documentos falsos em russo, como convites e pedidos oficiais, foram usados para atrair vítimas em empresas estratégicas, segundo a Intezer.
Documentos falsos em russo, como convites e pedidos oficiais, foram usados para atrair vítimas em empresas estratégicas, segundo a Intezer. Imagem: VRVIRUS / Shutterstock

Quem está por trás da campanha digital

A operação foi atribuída a um grupo rastreado como Paper Werewolf, também conhecido como GOFFEE. Ativo desde 2022, o grupo é amplamente considerado pró-Ucrânia e teria concentrado quase todos os seus esforços em alvos russos desde o início do conflito.

[Isso deixa claro como] ferramentas de IA acessíveis podem ser reaproveitadas para fins maliciosos.

Nicole Fishbein, pesquisadora sênior de segurança, à Reuters.

Ela destacou ainda que esse tipo de tecnologia reduz a barreira de entrada para ataques complexos, tornando campanhas desse tipo mais fáceis de executar.

A campanha foi atribuída ao grupo Paper Werewolf, ativo desde 2022 e considerado pró-Ucrânia, com foco quase total em alvos russos.
A campanha foi atribuída ao grupo Paper Werewolf, ativo desde 2022 e considerado pró-Ucrânia, com foco quase total em alvos russos. Imagem: Andrew Angelov/Shutterstock

Por que as empresas de defesa são alvos estratégicos

Os ataques tiveram como foco grandes empreiteiras de defesa, o que indica um interesse direto na indústria militar russa. Para o pesquisador de política cibernética Oleg Shakirov, o acesso a essas empresas poderia revelar informações sensíveis, como a produção de equipamentos e as cadeias de suprimentos.

Entre os possíveis interesses dos atacantes, estão:

  • Dados sobre sistemas de defesa aérea.
  • Informações de pesquisa e desenvolvimento.
  • Detalhes das cadeias de suprimentos militares.
  • Processos internos de produção de armamentos.

Shakirov observa que não há nada de incomum em hackers pró-Ucrânia tentarem espionar empresas de defesa russas, sugerindo que o grupo pode ter ampliado seus alvos para além de setores tradicionais, como energia e telecomunicações.

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A Intezer afirma ter atribuído a campanha ao Paper Werewolf com base na infraestrutura utilizada, nas vulnerabilidades exploradas e na construção dos documentos de isca. Ainda assim, Fishbein disse que permanece em aberto a possibilidade de envolvimento direto de um Estado-nação. Um relatório da empresa Kaspersky aponta possíveis ligações entre o grupo e outros hackers pró-Ucrânia, como o Cloud Atlas.

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